O amor do Sheik pelas artes marciais gerou frutos grandiosos. Tahnoon tornou-se um entusiasta e um mecenas do Jiu-Jitsu, tendo contratado alguns dos melhores professores em atividade no planeta para lecionarem em instalações que construiu em seu país e patrocinando uma série de torneios internacionais. 
 
A consolidação desse processo aconteceu em 1998, com a criação do ADCC–Abu Dhabi Combat Club, a maior competição de grappling do mundo. Em uma declaração, Royler Gracie afirmou considerar este momento como “o início da Era Moderna do grappling.” 
 
Gradativamente, o Jiu-Jitsu tornou-se o esporte nacional dos Emirados Árabes.
 
Corroborando esta ambição, em 2016 foi instituída uma lei que torna obrigatório o ensino de Jiu-Jitsu para as crianças e jovens em todas as escolas, do jardim de infância até a universidade. Essa lei também se estende à polícia e ao exército. Isso implica que todos os cidadãos terão conhecimento da arte dentro de alguns anos. Hoje, estima-se que existem 250 mil praticantes de Jiu-Jitsu no país (são 9 milhões de habitantes); os campeonatos locais tem em média 13 mil competidores e se estendem por semanas, catalisando a atenção da nação.
 
Firmemente dedicado a promover as artes marciais em seu país e investindo milhões de dólares anualmente, Tahnoon e seus irmãos são diretamente responsáveis por fazer do ensino e prática do Jiu-Jitsu uma política pública nos Emirados Árabes – um fato historicamente inédito.
 
RENZO: Tahnoon é uma espécie de santo guerreiro, uma alma de uma nobreza fora de série... Por exemplo: quando um estudante vai bem na escola e deseja estudar no exterior, Tahnnon o envia, junto com sua família, para as maiores universidades dos EUA, como Harvard e Princeton. O governo paga tudo: moradia, alimentação, transporte, mensalidades... Depois de formado o estudante volta aos Emirados, com um emprego garantido, e passa a trabalhar para melhorar a vida da população. A educação dos cidadãos de seu país é uma prioridade pra ele, e o aprendizado do Jiu-Jitsu é parte fundamental desse processo – por todas as benesses físicas e psicológicas, e principalmente pela exposição aos princípios éticos que o treinamento proporciona.
 
É evidente que Renzo não podia prever, no início, as reverberações políticas que a amizade com o príncipe árabe iria provocar, gerando um imensurável impacto. A política foi só uma consequência, pois o que Renzo estabeleceu com Tahnoon é o que realmente muda a história - a comunhão entre dois homens de povos e culturas diferentes, que se uniram por um sentimento compartilhado: a gratidão.